sábado, 20 de setembro de 2008

Gênio

“Pouco ou muito, todo homem tem o seu lado malandro.
Só que alguns são honestos por incompetência...”

Professor de Eletrônica Industrial, ao lembrar sua juventude
e as mulheres da sua vida.

domingo, 14 de setembro de 2008

Sprint Final


Conversa com a irmã mais nova (11 anos):

- Lê, defina felicidade.
- Felicidade é ficar rica para poder ser feliz.
- Não. Eu quero saber o que é felicidade para você hoje.
- Ah, os meus amigos e a minha escola, que é o meu segundo lar. Eles moram no meu coração.

*

Fim da décima primeira semana de provas do COTEC, das doze que acontecem no decorrer dos três anos de curso. Achei que essa eu não agüentaria. Mas, a base de litros de cocas, a semana terminou e, por incrível que pareça, ainda estou firme e forte para escrever esse texto.

Na sexta-feira, fiquei observando os coleguinhas de sala e seus sorrisos, que esbaldavam alegria pelo fim da semana. Foi quando, pela primeira vez no ano, eu me dei conta que está acabando.

Em menos de um bimestre, cada um seguirá o seu caminho. Não haverá mais discussões para saber quem fará o trabalho que se deixou para a última hora, brigas para conseguir um xerox da matéria não copiada por preguiça, reclamações pelo excesso de individualismo do parceiro, esquemas de cola bem bolados e parceiros embriagados.

No final, o que restará serão as histórias. Ou melhor, momentos de uma só história. A história de gagos, descapados, anões, mijões, paraenses, loucos, bebuns, becks, gênios, boleiros, meninas sagazes, quero-queros e pelados. Três anos de convivência (média de oito horas por dia), três anos de merdas compartilhadas.

Eu não sei o que será de nós daqui para frente. Talvez uns virem militares, outros façam faculdade, terão os estagiários e ainda os que continuarão na vagabundagem. Espero que todos fiquem ricos, bem sucedidos pessoalmente e profissionalmente. Segundo a concepção de felicidade da pequena aprendiz, assim todos serão felizes.

No futuro eu saberei que fim teve essa turma. A única certeza que tenho hoje é que sentirei falta de todos. Sentirei falta de todos os momentos que passei ao lado dos meus amigos do coração - principalmente dos momentos de felicidade.

Merda de rotina que acomoda.
“Eu era feliz e não sabia.”

domingo, 7 de setembro de 2008

Babacas de plantão

Sábado de manhã, amigos reunidos, meiões, camisetas de times, piadas jogadas e uma bola: dia de futebol. E, bom garoto que se preze, sabe o valor de começar um fim de semana ao ritmo dos boleiros. Se logo depois da partida tiver feijoada então, nem se fala. Tanto o sábado quanto o domingo prometem.

A primeira partida rola, quando três garotos de cursos diferentes aos dos amigos ali presentes, porém igualmente boleiros, chegam e perguntam se podem jogar também. Digo a eles que aqui é igual coração de mãe. Mas, alguns jogadores recusam-se a jogar com aqueles “intrusos”. Os três tentam provar que só querem se divertir um pouco, só que o veredicto já havia sido dado: com eles, não teria jogo.

Após os intrusos serem expulsos, um dos membros da elite (assim é que os amigos de curso gostam de ser chamados) vem a mim e diz: “Qual é Marco? Amarelando pros caras?”. Respondo, indignado: “Amarelando para quem? Os caras vieram na deles, não chegaram agitando nem nada. Pediram para jogar”. Ainda tenho que ouvir: “O jogo é entre a gente, não quero ficar de próximo, esperando para jogar”.

Sempre achei que os esportes, com todas as lições de superação e empenho, eram meios primordiais para a união. Quem nunca fez amigo jogando bola não teve infância – ou era ruim demais com a redonda nos pés, preferindo assim as bolinhas de gude, as figurinhas e os bonecos dos cavaleiros do zodíaco. Justamente por isso, eu não ligo de ficar cinco minutos esperando pela minha vez em um rachão. Todos podem jogar. Cinco minutos são apenas cinco minutos.

Deu-se que desanimei. Joguei até o último jogo, mas sem a vontade do início. Descobri que da próxima vez que fatos semelhantes acontecerem é melhor eu não jogar. Fiquei muito puto com o egoísmo de algumas pessoas, para não dizer mediocridade, apesar de se encaixar melhor.

Provavelmente, eu que fico nervoso à toa. Faço escarcéus no copo d’água. Mas a verdade é que eu não queria ser um dos três garotos. Expulso por ser diferente. Lembro-me de ter dito na primeira postagem desse blog que otimismo é contagiante e move montanhas. Entretanto, em certos momentos eu acho que otimismo não serve para nada. Enquanto algumas pessoas existirem, a merda prevalecerá.

Aos babacas de plantão: vão tomar no cú, per favore.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Questionário Enem

[...]

O quanto você se interessa pelos assuntos abaixo?
186. Sexualidade
(A) Muito (B) Pouco (C) Não me interesso

Marco: E aí?
Dú: Ah, você sabe como eu me interesso pelo sexo oposto.
Marco: Sim, eu sei. Mas não tem haver com se interessar por campanhas, camisinhas, etc. e tal? Eu não me interesso por esses assuntos.
Dé: É, tem essa. Mas eu que não vou me arriscar. Depois desconfiam que eu não gosto da fruta...
Marco: Não tinha pensado por esse lado.
Dú: Muito.
Marco: Muito.

[...]

Marco: Merda. Marquei uma questão errada.
Dú: Qual?
Marco: A que pergunta qual o motivo mais importante para se ter um trabalho.
Dé: O que você colocou?
Marco: Sentir-me útil.

[...]

Você já sofreu algum tipo de discriminação?

Marco: Acho que não.
Dú: Eu também não.
Dé: Mentira de vocês. Tem uma aqui que vocês já sofreram sim.
Marco e Dú: Tem?
Dé: Sim. Por ser (ou parecer ser) homossexual.
Marco e Dú: Seu nego filho de uma %#@! (Censurado)
Dé: Além de viados, preconceituosos.

[...]

(Risos)