domingo, 7 de setembro de 2008

Babacas de plantão

Sábado de manhã, amigos reunidos, meiões, camisetas de times, piadas jogadas e uma bola: dia de futebol. E, bom garoto que se preze, sabe o valor de começar um fim de semana ao ritmo dos boleiros. Se logo depois da partida tiver feijoada então, nem se fala. Tanto o sábado quanto o domingo prometem.

A primeira partida rola, quando três garotos de cursos diferentes aos dos amigos ali presentes, porém igualmente boleiros, chegam e perguntam se podem jogar também. Digo a eles que aqui é igual coração de mãe. Mas, alguns jogadores recusam-se a jogar com aqueles “intrusos”. Os três tentam provar que só querem se divertir um pouco, só que o veredicto já havia sido dado: com eles, não teria jogo.

Após os intrusos serem expulsos, um dos membros da elite (assim é que os amigos de curso gostam de ser chamados) vem a mim e diz: “Qual é Marco? Amarelando pros caras?”. Respondo, indignado: “Amarelando para quem? Os caras vieram na deles, não chegaram agitando nem nada. Pediram para jogar”. Ainda tenho que ouvir: “O jogo é entre a gente, não quero ficar de próximo, esperando para jogar”.

Sempre achei que os esportes, com todas as lições de superação e empenho, eram meios primordiais para a união. Quem nunca fez amigo jogando bola não teve infância – ou era ruim demais com a redonda nos pés, preferindo assim as bolinhas de gude, as figurinhas e os bonecos dos cavaleiros do zodíaco. Justamente por isso, eu não ligo de ficar cinco minutos esperando pela minha vez em um rachão. Todos podem jogar. Cinco minutos são apenas cinco minutos.

Deu-se que desanimei. Joguei até o último jogo, mas sem a vontade do início. Descobri que da próxima vez que fatos semelhantes acontecerem é melhor eu não jogar. Fiquei muito puto com o egoísmo de algumas pessoas, para não dizer mediocridade, apesar de se encaixar melhor.

Provavelmente, eu que fico nervoso à toa. Faço escarcéus no copo d’água. Mas a verdade é que eu não queria ser um dos três garotos. Expulso por ser diferente. Lembro-me de ter dito na primeira postagem desse blog que otimismo é contagiante e move montanhas. Entretanto, em certos momentos eu acho que otimismo não serve para nada. Enquanto algumas pessoas existirem, a merda prevalecerá.

Aos babacas de plantão: vão tomar no cú, per favore.

Um comentário:

[Dú] disse...

Sem comentarios. ;O